22 de janeiro de 2020

No tempo certo

por Cris Alves

“No meu tempo, as crianças corriam pelas ruas do bairro, soltavam pipas, e em casa, brincavam com bonecas, carrinhos e assistiam à televisão”.  É provável que você já tenha dito essa frase e depois completado “Hoje as crianças só ficam nos quartos, no vídeo game e no celular”. É fato, até porque a quantidade assustadora de carros já não permite jogos nas ruas e a possibilidade de assalto ou outro tipo de violência, deve ser considerada. Isso sem falar, no lugar onde soltavam pipas, agora há uma construção.  Enfim o espaço urbano mudou e tivemos que nos adaptar, assim como fizemos com as tecnologias que surgiram.
Apesar das transformações sociais, a importância das brincadeiras infantis se mantém.

A criança ainda precisa de espaço e se não pode contar com as ruas   do bairro, há praças, parques e outras áreas de lazer e interação. Além, é claro, dos locais fechados, com objetos típicos da modernidade, como o cubo mágico, o quebra-cabeça, o vídeo – game e outros. Neste momento, é necessário destacar o valor do brinquedo, uma vez que viabiliza e concretiza a brincadeira, e assim, desenvolve e aprimora todo o aparato neurobiológico da criança, e também, oferece elementos para estimular a criatividade e para elaborar emoções e conflitos.

Então é por meio do brincar que ela se estrutura para viver socialmente. Desse modo, a ideia de que é mero entretenimento deve ser abolida, devemos sim, observar e participar, sempre que for possível e que ela permitir. Isso porque a criança insere situações relacionadas a sua vivência que são indicativas do estágio emocional, bem como de conflitos ou traumas. Independente disso, é um bom jeito de sinalizar, a essa criança, a importância dela. A recreação infantil é produtiva para todos, inclusive, os diagnosticados com o transtorno do espectro autista (TEA). Esses, porém, precisam ser ensinados, do contrário, podem não se beneficiar dos jogos infantis.

Quanto aos eletrônicos, entendo que não há motivo e possibilidade de descartá-los, mas o seu uso deve ser regulado e acompanhado pelos pais. Em tempo, os pais que reclamam dos exageros com o celular, são os mesmos que equipam os filhos com os mais incríveis aparelhos?

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