por Sandra Paro
Recentemente aplaudimos a incrível capacidade de Joshua Beckford, o adolescente de 14 anos, que se tornou médico pela universidade de Oxford, na Inglaterra. O britânico é o mais jovem médico de seu país e ganhou atenção pela tenra idade e por sua alta capacidade, que na notícia veiculada, está relacionada ao seu diagnóstico de autismo, aos 3 anos de idade.
A criança em questão foi matriculada no programa de superdotados da mencionada universidade aos 6 anos, quando já falava japonês, além da língua materna. A decisão pela medicina foi algo bem inusitado, já que aos quatro anos o jovem havia criado um simulador de remoção de órgãos humanos e a partir da criação dessa ferramenta ele decidiu que seria neurocirurgião. Ações pouco convencionais para crianças dessa idade.
As glórias do autismo são geralmente noticiadas e replicadas, mas as restrições da condição nem sempre são entendidas. Consta que Beckford tem problemas de hipersensibilidade: caminha na ponta dos pés, não tolera barulhos altos, usa sempre os mesmos pratos e talheres. Ou seja, nem tudo são práticas acadêmicas!
Pessoas autistas podem apresentar uma variedade de pontos fortes e habilidades relacionadas ao diagnóstico, assim como podem apresentar dificuldades. O que que sempre lembramos, principalmente aos pais é “sua criança é única”, até mesmo o autismo de sua criança é único.
A criança autista pode ser muito boa em matemática ou simplesmente ter aversão à matemática, mas isso não é característica de “todos” os autistas. “Nossa, ele é autista, dizem que são muito inteligentes” – Quais pais nunca ouviram isso? – Nem sempre: o TEA (Transtorno do Espectro Autista) não está necessariamente relacionado à deficiência intelectual (D.I.), mas crianças autistas podem apresentar D.I. como outras condições singulares, o que chamamos de comorbidade. Como também há pessoas no TEA que possuem inteligência de acordo com a média da população e outras como Joshua, em conjunto com Altas Habilidades.
O que é importante? Combinar as habilidades de sua criança com as suas atividades diárias podem torná-los mais felizes. Determinar as habilidades de uma criança autista e trabalhar nos desafios pode melhorar muito a vida da família.
Forças
– Aprendem a ler muito cedo (hiperlexia);
– Grande capacidade de memorização;
– Pensam e aprendem de forma visual;
– Pensamento lógico;
– Precisão e o fato de orientar-se pelos detalhes;
– Forte adesão às regras e rotinas;
– Honestidade e confiabilidade;
– Capacidade de concentrar-se por longos períodos de tempo, quando motivada
Desafios
– Dificuldade em motivar-se;
– Dificuldade em focar em algo que não seja de seu interesse;
– Seguir regras sociais não descritas;
– Problemas para expressar os sentimentos;
– Dificuldades de planejamento;
– Dificuldades de ordem comportamental;
– Dificuldades na comunicação;
– Dificuldades de ordem sensorial.
É sempre importante estimular a criança e ensiná-la de várias formas, até que ela consiga adquirir autonomia. Sua criança não precisa ser como Joshua, ela pode ser incrível, sendo ela mesma.
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