Quando falamos em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), os desafios no aprendizado da leitura e escrita são uma realidade que muitas famílias enfrentam. Pensando nisso, trouxemos um estudo que revela como a combinação do método fônico e da estimulação multissensorial tem mostrado resultados promissores no desenvolvimento da habilidade de leitura, como mostrado no artigo O Método fônico e a estimulação multissensorial como ferramentas na aquisição de consciência fonêmica para o desenvolvimento da habilidade de leitura, de nossa autoria juntamente com Seizer Mainardi, publicado em Inclusão Educação e Sociedade – Volume 3, no ano de 2021.
O método fônico é uma abordagem de alfabetização que parte dos sons das letras (fonemas) e trabalha a relação entre esses sons e sua representação gráfica (grafemas). Isso permite que as crianças desenvolvam a chamada consciência fonológica, que é a capacidade de perceber e manipular os sons da fala. Para as crianças no espectro autista, especialmente aquelas com atraso de linguagem, essa prática pode ser um grande diferencial, facilitando o processo de alfabetização.
A estimulação multissensorial complementa o método fônico ao engajar diferentes sentidos no processo de aprendizado. Ao envolver não apenas a visão e a audição, mas também o tato e o movimento, essa abordagem proporciona uma experiência mais rica e acessível para a criança no TEA. Por exemplo, o uso de letras em materiais táteis, como areia ou tecidos, e a prática de traçar letras no ar enquanto emitem os sons, ajuda a reforçar as conexões entre fonemas e grafemas de maneira prática e divertida.
É importante lembrar que o tratamento de uma criança no TEA deve envolver uma equipe multiprofissional, composta por psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Cada profissional contribui com estratégias específicas para o desenvolvimento das habilidades cognitivas, comportamentais e sensoriais, sempre de forma integrada. O objetivo é oferecer à criança oportunidades para avançar na comunicação, seja verbal ou escrita, facilitando assim sua interação com o mundo ao seu redor.
Para as crianças com TEA, o processo de alfabetização pode ser desafiador, mas com o uso de técnicas como o método fônico e a estimulação multissensorial, é possível criar um ambiente de aprendizado que respeite suas necessidades e potencialize suas capacidades. O estudo mostra que, com paciência, técnica, recursos adequados e o apoio correto, essas crianças podem desenvolver suas habilidades de leitura e escrita de maneira eficaz e significativa.
O método fônico e a estimulação multissensorial, aliados a uma abordagem terapêutica integrada, oferecem um caminho promissor para o desenvolvimento da leitura em crianças com TEA. O estudo de caso apresentado reforça a importância de considerar a individualidade de cada criança e de adaptar os métodos de ensino às suas necessidades específicas, garantindo, assim, um aprendizado mais eficaz e humanizado.
Se você é pai ou mãe de uma criança com TEA, lembre-se de que o apoio de profissionais capacitados e a utilização de métodos personalizados podem fazer toda a diferença no processo de alfabetização e no desenvolvimento de seu filho.
Compartilhar
