10 de março de 2022

Educar positivamente? Sim, eu consigo. E você?

Por Sandra Paro
De modo recorrente observamos memes e posts engraçados nas redes sociais, que tratam de como foi a infância dos mais velhos, pais, tios e até mesmo avós modernos são capazes de lembrar e até rir, em alguns casos. A maior parte desses memes têm como tema a punição, como reguladora das ações e formadora do caráter das crianças.

Abaixo um exemplo de como esse tipo de argumento era, e ainda é, uma maneira de explicar como apanhar e ser criado numa atmosfera de vergonha, culpa e dor era comum. Um tipo de comportamento que não representa mais essa sociedade, ou não deveria representar, já que hoje não temos mais adultos como modelo de submissão e essa é uma grande mudança comportamental.



Fonte: Google imagens


Hoje, o modelo familiar mudou, mas isso não deve explicar os problemas que enfrentamos na educação das crianças, em comparação aos “velhos tempos”. Não é porque a criança apanhou que se tornou um adulto de caráter respeitável e nem é porque a criança tem mãe solteira que ela não o será.

O que devemos nos lembrar recorrentemente é que as crianças seguem os exemplos que observam ao seu redor. O comportamento da criança é modelado pelo que ela aprende com o ambiente e com as pessoas que estão nele. Já observou que quando o pai fala um palavrão, a criança em dado momento repete? Então fiquem atentos, as crianças que vivem em um ambiente respeitoso, são respeitosas e quando são tratadas com dignidade e respeito também serão capazes de tratar com dignidade e respeito.

A liderança e a orientação por parte do adulto são muito importantes, além do que já explanamos acima, elas precisam de um ambiente de gentileza e firmeza, devem saber que são crianças e que devem ser orientadas pelos pais, mas também não é certo envolvê-las num ambiente de culpa, vergonha e dor.
O que observamos facilmente hoje na sociedade são crianças que não têm oportunidade de desenvolver a confiança em sua capacidade de lidar com os altos e baixos da vida, precisamos oferecer mais oportunidades para que eles aprendam autonomia e responsabilidade. É nesse ponto que consideramos as habilidades sociais e de vida valiosas, somadas a um ambiente de gentileza, firmeza, dignidade e respeito.

Esse conjunto de fatores aparentemente simples pode ajudar a não tornarmos as crianças “receptores dependentes”, que manipularão as pessoas em seu favor. O que as crianças, os filhos precisam é ter suas energias e inteligência para o desenvolvimento da percepção de que são pessoas capazes e que possuem as habilidades necessárias para o convívio social e para o estilo de vida da família em nossa sociedade.

Ser capaz, reconhecer-se como importante, ter a noção de que as suas atitudes influenciam a sua vida, entender suas próprias emoções e buscar o autocontrole, capacidade de cooperação e empatia, lidar com os desafios da vida com responsabilidade e flexibilidade são percepções significativas que devemos desenvolver em nossas crianças.

 

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Sobre o(a) autor(a)
Sandra Paro

Sandra Paro

Sandra Paro é mãe, professora, estudiosa, idealizadora da ABA+, analista do comportamento, consultora de recursos terapêuticos, corajosa, disciplinada e ensaísta para o ABA+
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